Publicado pela ABC Cardiol em parceria com inúmeras instituições nacionais e internacionais, estudo apresenta os melhores e mais recentes dados sobre doenças cardiovasculares na população brasileira
O artigo “Estatística Cardiovascular – Brasil 2021” é uma versão atualizada e ampla da primeira edição do estudo, publicado em 2020 através da publicação mensal da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a ABC Cardiol. O documento inclui os dados mais recentes sobre as doenças cardiovasculares (DCV) como um grupo de condições, assim como as cinco DCV específicas abordadas no documento anterior. Além disso, o trabalho também apresenta novos capítulos sobre comportamentos e fatores de risco cardiovasculares, em especial a hipertensão, a diabetes, a dislipidemia, a obesidade, o tabagismo e o uso de tabaco.
O trabalho foi conduzido por pesquisadores voluntários de várias universidades brasileiras e instituições de pesquisa, dentre eles os cientistas mineiros: Luisa Campos Caldeira Brant, Deborah Carvalho Malta, Bruno Ramos Nascimento, Maria de Fatima Marinho de Souza, Fábio Morato de Castilho, Gesner Francisco Xavier Junior, Luiz Guilherme Passaglia, Marcelo Martins Pinto-Filho Renato Azeredo Teixeira e Antonio Luiz Pinho Ribeiro. O trabalho foi liderado por um comitê de direção composto por cinco membros, dentre eles os mineiros Antonio Luiz Pinho Ribeiro, Debora Carvalho Malta e Luisa Campos Caldeira Brant, com o suporte da SBC e a colaboração da Rede GBD Brasil e de um comitê internacional.
O artigo é dirigido a pesquisadores, médicos, pacientes, formuladores de políticas de saúde, profissionais da mídia, público em geral e todos que buscam dados nacionais abrangentes sobre o assunto. Para discutir sobre o documento, a Sociedade Mineira de Cardiologia (SMC) conversou com o cardiologista mineiro e vice-presidente da instituição, Luiz Guilherme Passaglia. Confira:
SMC: Uma vez que o Brasil é um país de dimensões continentais e diferenças socioeconômicas e culturais importantes entre as regiões, quais foram os desafios enfrentados pela equipe de pesquisadores envolvida nesse trabalho? Essas diferenças podem ser vistas nos dados levantados pelo relatório?
Luiz Guilherme Passaglia: É sempre um desafio agrupar essas informações em um país de dimensões continentais e onde o “espírito” da pesquisa epidemiológica não é valorizado. Sem dados epidemiológicos, não há entendimento da distribuição e importância das doenças e, portanto, não há planejamento adequado de políticas de saúde. A DCV ainda é responsável por quase um terço das mortes no Brasil e afeta desproporcionalmente o estrato mais vulnerável da população, que tem grande dificuldade no acesso a cuidados de saúde de alta qualidade.
Possuir dados nacionais representativos, confiáveis e abrangentes sobre DCV, comportamentos e fatores de risco é uma etapa obrigatória para a superação dessas desigualdades e para a oferta do melhor cuidado CV possível para todos os brasileiros. Este estudo reúne essa informação, essencial para o cuidado individual e para o planejamento dos próximos passos da política de saúde no Brasil, além de indicar as lacunas de conhecimento a serem preenchidas em estudos futuros e as grandes diferenças regionais.
SMC: Como o senhor percebe a atuação de pesquisadores de Minas Gerais nesse esforço multi-institucional? E, pessoalmente, como foi participar?
Luiz Guilherme Passaglia: A Faculdade de Medicina da UFMG e o Hospital das Clínicas da UFMG tiveram um papel de grande importância na produção conjunta desse documento junto aos outros centros. Pessoalmente, é gratificante fazer parte de um trabalho tão amplo, bem construído e de grande impacto à cardiologia brasileira.
SMC: Como esse esforço multi-institucional pode ajudar na melhor atenção à saúde da população brasileira? Esse relatório pode servir de base para a elaboração de políticas públicas para a saúde cardiovascular dos brasileiros?
Luiz Guilherme Passaglia: Essa publicação é a expressão do desejo de diversos pesquisadores, médicos e epidemiologistas, assim como da Sociedade Brasileira de Cardiologia, de que as pessoas vivam mais e melhor, partindo do princípio de que a compreensão das estatísticas cardiovasculares é passo fundamental para os processos de melhoria assistencial em saúde. Portanto, esse documento é fundamental para a orientação das políticas públicas relacionadas às DCV.
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