Na sexta-feira, 14 de julho, a cardiologista de Belo Horizonte, Sônia Francisca de Souza tomou posse na Cadeira 58 da Academia Mineira de Medicina (AMM). Órgão fundado em 1970 com objetivo de contribuir para o desenvolvimento e progresso da Medicina, é formado por 100 cadeiras, sendo todos profissionais com extremo rigor ético e científico, médicos reconhecidos por seu notório saber, com grande contribuição acadêmica, assistencial e de gestão.

A cadeira 58 tem como patrono Olinto Orsini de Castro, dermatologista e capitão médico da Força Pública de Minas Gerais de 1931 a 1947. O primeiro acadêmico a assumir foi Oswaldo Gonçalves Costa, referência nacional em dermatologia, também integrante da Força Pública do Estado de Minas Gerais. Em 1983, a cadeira foi ocupada pelo oftalmologista Christiano F. Barsante Santos e em 2023, Sônia Francisca, assume a cadeira, que pela primeira vez é ocupada por uma mulher. Assim como o patrono e o primeiro ocupante, ela é médica militar: Coronel Médica da Polícia Militar de Minas Gerais. 

Abaixo, a cardiologista, que é também arritmologista, Mestre e Doutora em Medicina pela UFMG, professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e médica reguladora do Ambulatório de Referência em Arritmias e Marcapassos da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte fala um pouco sobre como é fazer parte de uma instituição como a AMM.

Qual a importância de se fazer parte, como membro titular, de uma instituição que congrega a excelência e a experiência da Medicina em Minas Gerais? O que significa este momento para a senhora?

O momento dessa coroação como Membro Titular da AMM significa o mérito por todo o investimento que venho fazendo na Medicina e na minha vida pessoal, apoiada por alicerces de ética e ciência, tendo como finalidade acolher e servir.

A Academia tem hoje 19 mulheres, com a posse da senhora. É um reconhecimento não só do trabalho que a senhora exerce na medicina, mas também da presença das mulheres?

Acredito ser nossa responsabilidade como mulheres alcançarmos nosso devido lugar, não somente por uma busca de igualdade de gênero, mas sobretudo pelo mérito profissional.

A senhora é cardiologista, arritmologista, professora, coronel médica. O que significa a cardiologia para a senhora dentro de todos esses papéis, incluindo agora o na Academia Mineira de Medicina?

A Cardiologia é a minha principal especialidade. Procurando sempre me aprimorar em conhecimento, venho exercendo-a em todos os níveis: assistencial, docência e gestão. Sou médica reguladora da Secretaria Municipal de Saúde, participando da Comissão Municipal de Alta Complexidade em Cardiologia. Todas as autorizações de dispositivos eletrônicos como marcapassos, desfibriladores e ressincronizadores passam por minha avaliação. Minha formação é fundamental para dar subsídio a essa função tão desafiadora. Minha tese de mestrado sobre mortalidade das cirurgias cardíacas em BH ajudou a validar uma ferramenta de avaliação denominada EUROSCORE, útil para a Gestão. Contribui por mais de 20 anos na formação de médicos residentes de clínica médica e cardiologia, além da docência no curso de Medicina da UFMG e agora na Ciências Médicas. Pretendo agora na AMM continuar investindo em pesquisa e educação médica, além da parte assistencial contribuindo para uma Cardiologia de qualidade em Minas Gerais, principalmente naquilo que a Sociedade Mineira de Cardiologia me requisitar. 

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